Amamentação e suas más Influências
- 20 de mai. de 2024
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Muito se ouve sobre se preparar para o parto, porém o pós parto pouco é comentado. A amamentação é uma questão que fica de lado e a puérpera acaba passando por diversas dúvidas e angústias que poderiam ser evitadas se a informação tivesse vindo junto com o enxoval, com o chá de bebê e com o trabalho de parto. Esse momento ela se sente sozinha, com a cabeça cheia de incertezas, com o corpo cansado e com as pessoas inundando-a de palpites. Informe-se para que a amamentação corra bem e sempre que precisar peça ajuda de um profissional.
Sabemos que 13% das mortes neonatais poderiam ser evitadas com a amamentação. É recomendado, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) amamentação até 2 anos de idade ou mais, e, exclusivamente, sem chás ou água, até os 6 meses.
Após o nascimento, demora-se de 30 a 40 horas para que o leite fique no estágio II, ou seja, fluído.
Não dê ouvidos as pessoas que emitem suas opiniões no “achismo”. Muita amamentação é melhor que pouca amamentação, sempre!
A Prolactina, hormônio responsável pela ejeção do leite é produzido pela intensidade da sucção. A produção do leite é regulada pelo bebê, então se esse bebê estiver tomando também fórmulas, sua produção de leite irá diminuir. A glândula perderá a capacidade de produzir o leite e assim encerra-se, lamentavelmente, a amamentação precocemente.
Normalmente quando o parto é normal a amamentação segue normal também. Evento espontâneo, sem medicamento, não interrompido e contato pele-a-pele. Um parto normal com intervenção instrumental ocorre separação de mãe/bebê podendo influenciar na amamentação, lembrando que a 1ª hora é a mais importante para a amamentação. O bebê precisa aprender a: sugar, engolir e respirar.
Não existe nenhuma pesquisa que diz que se deve separar o bebê da mãe. Inclusive, o médico deveria avaliar o bebê no colo da mãe. Essa hora o bebê está regulando a temperatura corporal sem precisar deixá-lo no aquecedor. Aumenta o estresse da mãe essa separação, gerando insegurança, afeta seu comportamento em relação ao filho com até distúrbios de humor.
Até mesmo os acompanhantes escolhidos pela gestante no trabalho de parto são muito importantes. Diminui a ansiedade, diminui a dor e isso tudo terá um efeito positivo na amamentação que deve ser em livre demanda, sem chupetas ou bicos artificiais.
O medicamento para dor (analgesia de parto) atravessa as paredes da placenta > afeta seus nervos e sistemas acessórios; o bebê pode não conseguir deglutir e respirar; fica mais tempo no corpo do bebê a analgesia e altera seu comportamento por causa do SNC (Sistema Nervoso Central) afetado. Outro ponto que poderá afetar a amamentação é a peridural que aumenta o 2º estágio do parto, aumenta o tempo do parto precisando do uso de ocitocina sintética. A peridural pode atrasar o sucesso da amamentação em até 6 semanas, os bebês nascem anestesiados, com sono. Assim como partos em decúbito são mais duradouros afetando a amamentação de forma negativa.
As cesáreas diminuem a lactogênese, aumenta o tempo para a amamentação de 2–3horas e só depois a mãe vê o bebê já todo enrolado em um pano, sem realizar o contato pele-a-pele. Nas cesáreas eletivas, aumenta a morbidade, diminui a endorfina no leite (responsável por não doer durante a amamentação). Por isso a importância de entregar o bebê para a mãe mesmo em caso de cesárea, diminuindo a ansiedade materna e diminuindo o uso de medicamentos analgésicos no pós-parto.
A hidratação no trabalho de parto é como no esporte, o atleta está hidratado? Porque isso afetará no seu desempenho! É a mesma coisa para a parturiente. No parto precisamos de comida e hidratação, se não, iremos inibir a lactação; o fluído do soro só servirá para prevenir a desidratação em caso de peridural, mas ele não ajudará na produção do leite.
Outros fatores que afetam são as intervenções desnecessárias de rotina que os recém-nascidos são submetidos como as aspirações sem real indicação: o bebê não vai mais querer mamar. Aumenta a bradicardia, aumenta a pressão arterial, as cordas vocais ficam sangrantes e ele terá o reflexo de jogar a cabeça para trás por não querer que nada entre novamente na sua boca.
Os bebês após nascerem que dormem muito e o intervalo entre as mamadas é longo se dá pela quantidade de medicação que ele recebeu. O normal é nas primeiras 24 horas mamar de hora em hora. Se o bebê estiver no colo da mãe, os dois saberão a hora certa de voltar a mamar. Portanto os primeiros dias são os mais difíceis, o bebê irá querer mamar o tempo todo, pois ele está fazendo o corpo da mãe produzir o leite fluído e ele mesmo está aprendendo a sugar, respirar e engolir. Devemos ter muita paciência com o pequenino ser que acaba de nascer e está aprendendo junto com a mãe a mamar o melhor alimento que o homem jamais conseguiu reproduzir.





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